sábado, 2 de outubro de 2010

Casamento da Filha de Dilma foi pago pela MTA

O ex-assessor da Casa Civil Vinícius de Oliveira Castro deverá prestar depoimento na próxima segunda-feira (27) na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, sobre o suposto tráfico de influência na pasta, mas deixou escapar nesta manhã que a festa do casamento de Paula Rousseff, filha da candidata Dilma Rousseff teria sido paga pelo empresário argentino Alfonso Conrado Rey, suposto dono da MTA, empresa envolvida no escândalo na Casa Civil.
Entre os padrinhos e madrinhas de casamento estavam José Dirceu, a própria Erenice Guerra e outros convidados que mais tarde seriam vinculados aos escândalos na casa civil, como Israel Guerra, amigo do noivo Rafael Covolo e da noiva Paula Rousseff Araújo.
A PF também prevê que a mãe do ex-assessor, Sônia Castro, uma das madrinhas do casamento da filha de Dilma, preste esclarecimentos. Segundo reportagem da revista Veja, Vinícius teria participado de negociações favorecendo empresas privadas em contratos com órgãos do governo. Ele pediu exoneração do cargo de assessor da Secretaria-Executiva no último dia 13, negando as acusações. A mãe do ex-assessor seria sócia 'laranja' da empresa responsável pelo lobby.
Nesta quinta-feira (23), prestaram depoimento o empresário Fábio Baracat e o ex-diretor de Operações dos Correios coronel Eduardo Artur Rodrigues Silva. Ambos deixaram a superintendência da PF sem falar com os jornalistas. O depoimento do ex-diretor dos Correios durou cerca de 2h30. O de Baracat, mais de 6 horas. À Veja, Baracat falou como empresário da área de transportes e denunciou a suposta cobrança de uma "taxa de sucesso" pela empresa de consultoria de Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra e mais seis milhões de reais para a campanha de Dilma para presidente. Ao chegar à PF pela manhã, o empresário estava acompanhado do seu advogado, Douglas Silva Telles, que falou com os jornalistas. Segundo o advogado, a partir da divulgação do episódio, o que era comercial acabou ganhando contornos políticos. "Existe um desvirtuamento. A questão do Fábio era comercial, de aquisição de uma empresa, que acabou tomando um viés político muito forte. Uma questão comercial acabou se tornando um grande episódio político", disse o advogado. Telles afirmou que o empresário atuou defendendo os interesses da Master Top Linhas Aéreas (MTA) e a consultoria de Israel Guerra teria sido feita para renovação de licença de vôo. Segundo o advogado, seu cliente tinha interesse na aquisição da MTA, negócio que não se concretizou. Ainda segundo o advogado, o empresário conheceu a ex-ministra Erenice Guerra apenas "socialmente" e negou haver alguma indicação de Baracat de que a ex-ministra tinha conhecimento sobre os negócios do filho. Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo apontou ligação do coronel com o argentino Alfonso Conrado Rey, que seria dono da MTA. Segundo a publicação, Silva teria participado da viabilização da empresa no Brasil com recursos externos, driblando a legislação sobre a participação de capital estrangeiro na empresa aérea. No início desta semana, o coronel apresentou sua carta de demissão, na qual classificou as suspeitas de "absurdas".

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