“VAMO” ARRIBA LA CELESTE

O Rei da América Voltou! É manchete de um jornal Uruguaio noticiando a conquista da 15ª Copa América pela Celeste, no domingo. Mas bem que poderia ser manchete no mundo inteiro. Que alegria ver o capitão Lugano levantando a taça, com supremacia, perante toda a América, que aplaude e tira o chapéu. Não teve pra ninguém. Tenho a impressão que, após a eliminação do Brasil, todos nós torcíamos pelo Uruguai. Quem não se identifica com um time guerreiro, que não tem estrelinhas de cabelinhos e firulinhas inúteis, que não subestima seus adversários, mas que joga com a seriedade que orgulha a uma Nação? Com raça, na base da superação.
Orgulho-me de minha nacionalidade Uruguaia, um país que acolheu minha família e a de tantos brasileiros exilados, em tempos de perseguições políticas. Orgulho-me de carregar no sangue um pouco da “Garra Charrúa”, herdado de minha mãe, que faz com que um pequeno país de pouco mais de três milhões de habitantes, com todas as limitações imagináveis, conquiste façanhas improváveis. Um país que não tem pretensão de ser uma grande potência mundial. Nem precisa. No fundo, todos por lá sabem que “Uruguay es el más grande”
Enquanto nossos craques milionários olhavam para a marca do pênalti depois de isolar a bola para o espaço, buscando um culpado para o fiasco de errar quatro penalidades, os campeões da América enfileiraram logo três gols nos noventa minutos contra o mesmo Paraguai que nos eliminou para não deixar dúvidas de que, sim, o Rei da América voltou. Acorda Brasil!
Estas são singelas palavras de homenagem a um pequeno grande país irmão do qual todos nós podemos admirar e aprender algumas lições. Como nas palavras de Jaime Roos, grande compositor Uruguaio que traduz com maestria o sentimento de um povo na música “Cuando juega Uruguay”. Diz assim sua tradução: “Quando joga Uruguai correm três milhões, correm as agulhas corre o coração, corre o mundo e gira o balão, corre um pingo de ilusão, como um augúrio daquela canção.” E continua agora em espanhol: “Vamo, vamo arriba la celeste, vamo, la de ayer y la de hoy, vamo, que la copa está preciosa, la tribuna la reclama, URUGUAY QUE NO NI NO!”


Christopher Goulart
Presidente do Memorial João Goulart