quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Personagens da Legalidade são homenageados no Palácio Piratini

O salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, reuniu no final da tarde desta segunda-feira (29), diversos personagens que viveram o período da Legalidade, em agosto de 1961, com o objetivo de homenagear os familiares de João Goulart e Leonel Brizola, lançar o site e o foto-livro. Todas as atividades integram as comemorações do Governo do Estado pelos 50 anos do Movimento da Legalidade, que incluem, ainda, a inauguração do Memorial da Legalidade, no dia 5 de setembro, às 14h30min, e o musical, em frente ao Palácio Piratini, nos dias 3 e 4 de setembro.


A abertura da solenidade foi com discurso do secretário de Estado da Cultura, Assis Brasil, que lembrou a trajetória de João Goulart e Leonel Brizola. “Poucas vezes a história do Rio Grande do Sul reuniu, num único episódio duas individualidades tão desiguais em origem, em formação e traços psicológicos como João Goulart e Leonel Brizola. A uni-los, a causa republicana e da legitimidade institucional”, começou Assis Brasil. Em seguida citou os fatos que levaram ao episódio de 1961. “A Legalidade incorporou-se a nosso imaginário como um dos mais eletrizantes fatos que honram a história rio-grandense a qual, embora curta, tem a iluminá-la momentos essenciais como este. O Rio Grande tem múltiplas virtudes, e uma destas é, ao lado de seu forte sentimento de identidade, o de saber tirar ensinamentos da História. A herança política da Legalidade ainda dá seus frutos, e esta se consubstancia no sentimento de honradez, de dignidade e respeito às instituições”, finalizou o secretário.

Secretário da Cultura relembrou passos do movimento que completa 50 anos - Foto: Caroline Bicochi

Na solenidade, o governador Tarso Genro entregou a medalha da Ordem do Ponche Verde, como condecoração póstuma, aos familiares de João Goulart e Leonel Brizola, em memória aos políticos falecidos. A medalha é oferecida àqueles que empreenderam atitudes pela ação e devotamento à causa do bem comum, paz e desenvolvimento perante a sociedade rio-grandense.


O neto de João Goulart (Jango), Christofer Goulart, agredeceu emocionadoe ressaltou que o Ponche Verde, considerado símbolo da paz, é a homenagem mais correta para seu avô, que sempre lutou pelo bem do povo. “Falar em João Goulart é falar em paz, unidade, em alguém que há 50 anos, no processo da Legalidade, com uma atitude de desprendimento, grandiosa, valorosa e pouco reconhecida no Brasil, evitou um derramamento de sangue em nosso Estado”, disse.


A deputada estadual e neta de Leonel Brizola, Juliana, que foi agraciada com a medalha em memória de seu avô, agradeceu ao governador Tarso Genro, por levantar acima de tudo a bandeira da educação de qualidade, prioridade de seu avô. “Para nós, da família, é uma satisfação enorme, que os 50 anos da Legalidade sejam comemorados justamente no seu governo, porque nós acreditamos que ele representa também o trabalhismo, um governo comprometido com a justiça social”.


Tarso Genro encerrou a solenidade dizendo que a celebração deveria também servir como ensinamento, questionando o esquecimento deste episódio na história do país e de seus protagonistas, Brizola e Jango. Ressaltou que o Rio Grande do Sul é um Estado politizado e este “manto de silêncio” não é gratuito, e que as comemorações do cinquentenário da Legalidade, são uma forma de contribuir para acabar com o silêncio. “Devemos afirmar a memória histórica de duas personalidades políticas e não é preciso ser trabalhista nem de esquerda para reconhecer isso. Basta apenas aceitar como ponto de partida e olhar o país e a nação com o respeito à constituição soberana”, afirmou.


Site e foto-livro
No site da legalidade, lançado na solenidade, esta a cronologia dos fatos, contada através de textos, imagens, vídeos, áudios, e também links que conduzem para páginas bibliográficas, dicas de leitura, tornando o portal uma ferramenta de pesquisa. Desenvolvido pela Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs) e coordenado pela Secretaria de Comunicação e Inclusão Digital (Secom), a ferramenta oferece a programação das comemorações dos 50 anos da Legalidade, cobertura completa e história do Movimento.


O foto-livro intitulado Os 50 anos da Legalidade em imagens apresenta cerca de 100 imagens entre fotografias e reprodução de revistas e jornais da época, do acervo do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, além de seis depoimentos que se misturam e contam a história do cinquentenário, com a possibilidade de acesso virtual através do site da Legalidade(www.legalidade.rs.gov.br). Teve organização e pesquisa dos fotógrafos Claudio Fachel e Camila Domingues, profissionais da Diretoria de Jornalismo da Secom.


Exposição 50 anos da Legalidade

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