sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nova onda.

Aconteceu que eu caminhava, quando cruzei com um sujeito muito parecido com um amigo a quem não via há anos. Pensei, com meu ziper: "Onde andará Fulano, a quem não vejo há anos?" Metros adiante, vindo em minha direção, o Fulano.
Depois das efusivas saudações seguidas da imediata falta de assunto e da habitual despedida vamos nos ligar para um chope, novamente pensei com meu zíper: "Onde está a coincidencia? No cara parecido com meu amigo? O cara parecido me fez pensar no meu amigo? Ou no aparecimento imediato do meu amigo?"
Sem uma resposta definitiva para as perguntas, optei pela explicação mais lógica, isto é, lançamento de ondas cerebrais à distância.
É muito simples e muito claro, meu amigo vinha por aquela rua, lançando suas ondas cerebrais ao vento; eu vinha por aquela rua, lançando as minhas ondas cerebrais ao vento. As duas ondas se cruzaram a ponto de fazer com que eu achasse alguém parecido com meu amigo, pois meu cérebro já sabia, de antemão, que o meu amigo ia cruzar comigo.
Foi assim que, com o assunto resolvido, fui em frente e não pensei mais nisso.
Mas numa coisa continuei pensando: na palavra antemão, que usei acima. Há quantos anos eu não escrevia antemão, palavra possivelmente em desusoí, não leio nem ouço alguém falar antemão.
Antemão significa antes da mão, se fosse contra a mão seria antimão, isto está claro? Então, saber alguma coisa de antemão significa saber dessa coisa antes da mão, o que, é sério, não faz sentido porque, no caso de nós, seres humanos, saber antes da mão é simplesmente saber, antes, o que vamos fazer com a mão, coisa que qualquer adolescente pode nos explicar toda vez que se esconde no banheiro.
Como é que eu podia saber de antemão que meu amigo cruzaria comigo?
Portando, encerro.

Nenhum comentário: