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O selvagem
Henrique Fuhro iniciou sua carreira artística na juventude como pintor, primeiro como um cezanesco e depois um matissiano. Quando passou a exercitar a gravura, Munch foi a primeira descoberta seguido de Kirchner e Danúbio Gonçalves seu mestre em litografia. Mas sua juventude foi povoada pelos personagens cinematográficos da época, o ator Marlon Brando a frente com o filme “O selvagem”; isso lhe foi determinante: identificando-se, abraçara a causa rebelde. Entre suas preferências e influências, contam muito as histórias em quadrinhos assinadas por Will Eisner com “The Spirit” e Alex Raymond com “Flash Gordon”. Muitos pensam que foi Lee Falk com “O Fantasma”, não. Também contribui para sua futura iconografia pessoal os “catecismos” proibidos de Carlos Zéfiro, a delícia erótica da década de 50. Leitor voraz desde sempre - todos os livros de sua biblioteca, ainda conservada - foram li-dos!!! Nascido em Rio Grande, em 1938, filho de pai jornalista e literato com mãe de prendas domésticas com pendores artesanais, provém desse nascedouro natal sua visão dos ingleses golfistas e jogadores de futebol, personagens que perpassam toda a sua obra. Parte de sua infância e primeiros anos da juventude transcorreu entre as cidades de Porto Alegre, Niterói e Rio de Janeiro. Já trilhando o caminho artístico, na década de 1950, residindo em São Paulo, foi assistente do fotógrafo Otto Stupakoff; data desse período o encantamento com as primeiras bienais – com a visão de “Guernica” e a paixão por Picasso -, o convívio com Lívio Abramo, Maria Bonomi e Marcelo Grassmann, artistas de sua admiração. Ao tempo que receber premiações em salões era considerado importante Fuhro papou os mais importantes em âmbito nacional, seja em Curitiba, São Paulo, Rio, Salvador, Belo Horizonte, além de participações na representação nacional em algumas edições da Bienal Internacional de São Paulo. Seus trabalhos constam em acervos importantes como a Universidade de Stanford, Califórnia, Pinacoteca de São Paulo, Fundação Vera Chaves Barcellos, Coleção APLUB, Pinacoteca Aldo Locatelli, dentre outros. Integrou, como artista convidado, exposições nacionais e internacionais como Créativité dans l'Art Brésilien Contemporain, Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique, Bruxelles, sob a curadoria de Jacob Klintowitz. Sua obra foi amplamente analisada pela crítica profissional do país. Dono de extensa bibliografia é verbete com reprodução no “Dicionário das artes plásticas no Brasil” e “Brasil arte 50 anos depois”, ambos de Roberto Pontual; “Dicionário de pintores brasileiros”, de Walmir Ayala; “História da arte brasileira”, de Pietro Maria Bardi, e “História geral da arte no Brasil” de Walter Zanini. Nos livros “Mestres do desenho brasileiro” e “Artistas gravadores brasileiros”, ambos de Jacob Klintowitz, consta com diversas ilustrações e em “A criação plástica em questão”, Walmir Ayala registrou-o com extenso depoimento. Após circular pela Europa, atualmente sua obra circula em mostra itinerante pela América Latina, em coletiva de gravadores organizada para o Itamaraty por Luiz Dolino. Esta exposição comemora, de certa forma, seus 70 anos. Na vida foi seu próprio personagem com um humor único, refinado e debochado, para situar, digamos assim: entre a cachaça e o champagne. Até aqui, “cuidei” da obra de Fuhro, agora, ela pertence a História.
Renato Rosa.
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