quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Mulher Selvagem - correndo com os lobos

Tiffani H. Gyatso (tiffanihr@gmail.com)


Amigas e amigos também reescrevi aqui um trecho do precioso livro "Mulheres que correm com os lobos"  de Clarissa Pinkola. Creio que a mulher hoje, assim como os homens também se achem na dificuldade de se manter em sintonia com sua feminilidade, ou com seu ser-essencia, selvagem no sentido instintivo e intuitivo. A sociedade hoje se movimenta em grande velocidade, não temos tempo e espaço para observar quem que fareja e esta com fome - e essa angustia e inquietude sem palavras, a fome da alma por isso sugiro o beneficio de ler e refletir sobre sua própria essência e achar a força de vivê-la custe o que custar. A vida é pra isso. (Sugiro o livro também, que tem me arrancado lágrimas magras e sorrisos gordos!) 

(â¦) Chamo- a Mulher Selvagem porque essas exatas palavras, mulher e selvagem, criam "Llamar o tocar a la puerta" - significa literalmente tocar um instrumento do nome para abrir a porta. Significa usar as palavras para obter a abertura de uma passagem.

(â¦) Por meio da visão também temos uma percepção dela (da mulher selvagem) através de cenas de rara beleza. Costumo sentir sua presença quando vejo o que no interior chamamos de pôr-do-sol divino. Senti que ela se mexeu em mim quando vi os dedinhos dos pés do meu filho recém-nascido, todos enfileirados como grãos de milho doce na espiga. Não a vemos sempre que vemos o que ocorre por toda parte.

(â¦) Essas efêmeras "provas da natureza" vem durante a mí­stica da inspiração - ah, ela esta aqui; ai, ela já se foi. O anseio por ela surge quando nos encontramos por acaso com alguém que manteve esse relacionamento selvagem. Ela brota quando percebemos que dedicamos pouquí­ssimo tempo à fogueira mí­stica ou ao desejo de sonhar, um tempo ânimo é nossa própria vida criativa, ao trabalho da nossa vida ou aos nossos verdadeiros amores. 

Contudo são esse vislumbres fugazes, originados tanto na beleza quanto na perda, que nos deixam tão desoladas, tão agitadas, tão ansiosas que acabamos por seguir nossa natureza selvagem. É exato que saltamos floresta adentro, em meio ao deserto ou é  neve, e corremos muito, com nossos olhos varrendo o solo, nossos ouvidos em fina sintonia, procurando em cima e embaixo, em busca de uma pista, um resquí­cio, um sinal de que ela ainda esta viva, de que não perdemos nossa oportunidade. E quando farejamos seu rastro, é natural que corramos muito para alcançá-la, que nos livremos da mesa de trabalho, dos relacionamentos, que esvaziemos nossa mente, viremos uma nova pagina, insistamos numa ruptura, desobedecemos às regras. Paremos o mundo, porque não vamos mais prosseguir sem ela. 
Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sabia, uma visionaria, um oráculo, uma inspiradora, uma intuitiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos interior e exterior. Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem, a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mas e mentora selvagem da sustentação das suas vidas interior e exterior.

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