“Recostei-me na acolhedora árvore para apreciar a planície. Nela, nada parecia ter mudado. Sei, entretanto, que de onde eu a contemplava, essa era uma percepção possível. Se dela eu me aproximasse, talvez conseguisse notar as admiráveis transformações que a cada instante aconteciam... Pensei então: E se, da mesma forma, eu não me observasse de tão longe? E se eu me aproximasse de mim, das mudanças essenciais por que passo? Essas questões me inquietaram e, por isso, me pus de pé e caminhei em direção à planície. Queria dela apreciar, na aparente imobilidade de sua forma, a dinâmica de suas expressões. Afinal, de tão longe não podia conhecer a planície. Já nos primeiros passos em sua direção, surpreendi-me sorrindo. Descobri que ao me dirigir a ela, caminhava também em direção a mim! Afinal, não podia me conhecer de tão longe... Precisava me ver bem de perto... Foi indescritível a experiência de me sentir cada vez mais próximo de mim... Apressei o passo... Quase corri... Por que sempre me observei de tão longe?...” (Xamã Ererê – www.xamas.com.br)
quinta-feira, 19 de abril de 2012
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